Dividida em quatro seções (“O início da história”, “Livro-carne”, “A palavra em suspenso” e “Um lance de dados”), a exposição apresenta um recorte da coleção de livros de artistas do acervo do Itaú Cultural (IC). A mostra tem caráter histórico ao investigar modelos para o suporte livro de artista, partindo dos poetas concretistas, pioneiros na construção dos livros-objetos no Brasil – publicações que desejam, por meio da participação ativa do leitor, que a palavra ganhe tridimensionalidade, isto é, possa ser tocada e finalmente saia do plano do papel para ganhar o espaço –, até experiências mais recentes envolvendo o livro em uma rede de agenciamentos políticos e estéticos.

Tendo majoritariamente artistas brasileiros, esta exposição explora a produção dos últimos 50 anos e, acompanhando a criação de novos procedimentos para a concepção de livros de artista, apresenta diversas relações que esse formato estabelece com o leitor. A mostra também quer provocar alguns questionamentos – como um livro pode ser visto, representado e transformado? Como as experimentações do campo das artes visuais traçam fronteiras com a literatura, a política e o design?

Felipe Scovino